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A VOLTA DA ORQUESTRA AFRO-BRASILEIRA


abigail_moura_orquestra_afro-brasileira1Conjunto orquestral e vocal fundado em 1942, no Rio de Janeiro, pelo músico Abigail Moura, a Orquestra Afro-Brasileira está de volta, depois de uma longa ausência. Com uma estrutura à base de percussão, sopros, coral e, ocasionalmente, piano, dedicava-se a um repertório de cân­ticos rituais e outros tipos de música da tradição afro-brasileira ou nela inspirada. Utilizando trajes e instrumentos sacralizados, a orquestra executava, antes de cada récita, rituais de puri­ficação e propiciação, e sua proposta de trabalho foi anunciada como uma tentativa de abrir caminho a uma outra etapa da música afro-brasileira, com a integração e a assimilação dos re­cursos sonoros fornecidos por instrumentos da música europeia.

Apresentando-se em espaços públicos como os auditórios da Associação Brasileira de Imprensa e do Ministério da Educação, em 1964 a orquestra realizava, no Palácio da Cultura, o seu centé­simo concerto. A partir daí e por força das novas diretrizes que se impunham à sociedade brasi­leira, as apresentações foram ficando mais esporádicas até o falecimento de seu criador e líder, em 1970, após o que algumas poucas exibições ocorreram até o encerramento total das ativi­dades. Entretanto, o grupo chegou a fazer dois registros em disco: Obaluayiê. Orquestra Afro-Brasileira (Todamérica, 1957) e Orquestra Afro-Brasileira (CBS, 1968), perpetuando interpreta­ções que mereceram elogios de músicos e intelectuais como Paulo Silva*, Eleazar de Carvalho, José Siqueira, Camargo Guarnieri, Câmara Cascudo, Joaquim Ribeiro, Alceu Maynard e LeVern Kutcherson, cantor integrante do elenco da ópera Porgy and Bess.

Na versão atual, apresentada no Teatro João Caetano, no Rio, no último dia 17 de outubro, com o lançamento do CD “Orquestra Afro-Brasileira 75 anos” a orquestra é dirigida pelo cantor e percussionista Carlos Negreiros, remanescente da última formação, juntamente com o maestro Caio Cézar. A percussão reúne Negreiros (que também canta), Pedro Lima, Jovi Joviniano, Murilo O’Reilly e Zero Teles. O naipe de sopros, arregimentado pelo trombonista Sérgio de Jesus, tem cinco saxofones (Alexandre Caldi, Tino Junior, Rodrigo Revelles, Zé Maria e Eziel Oliveira), três trompetes (Gesiel Nascimento, Rafael Nascimento e Diogo Gomes), dois trombones (Wanderson Cunha e o próprio Sérgio) e uma tuba (Reinaldo Seabra).

A AMAR deseja vida longa à Orquestra!


Nº 141 | 23/10/17 | Pág. 4

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